quarta-feira, 19 de maio de 2010
E Tudo a Canícula Traz
Não sei se por acaso concordarão mas hoje abateu-se mais um dia de calor, aliás, de braseiro, absolutamente inverosímil. Convenhamos, estamos apenas em Maio…pouco passámos dos meados de Maio, e este bafo fervente ilude completamente o calendário. Parecemos ter despencado em Agosto, logo depois de uns dias fresquinhos e até pingados de la bonne pluie. Buf. Sim, nem mais, bufar foi o que fiz várias vezes, passe-se a inestética do acto. Mas que quente, e a sudorese, o congestionamento facial, o drama, o horror, a canícula!
Nos meus tempos mais juvenis, como eu simplesmente amava as altíssimas temperaturas! Nos últimos anos, porém, tenho nostalgia das amenidades das meias-estações suaves, do frescor dos dias outonais ou de princípio de Inverno. Mesmo nas indumentárias, tudo é tão mais charmant, composto, bonito na estação fria. Como é bom poder adicionar sempre mais um cachecol, uma écharpe, um chapéu! Num dia como o de hoje, apenas essa menção me remete de imediato para o domínio da fábula.
Garanto-vos, sublimes leitores: as pessoas até são mais sossegadas, mais ordeiras, à medida que as temperaturas se domesticam abaixo dos 18 graus. E os cafés? O Majestic, por exemplo, da nossa querida cidade Invicta, fica incomparavelmente mais recatado e encantador no Inverno, fechadinho e pensativo, filosófico mesmo, do que alargando-se para a rua em esplanada, já por certo em incessante algaraviada.
Claro que a consequência desta violência meteorológica também encontra eminente expressão nas calorias consumidas: só nos últimos dois dias esta que dedicadamente vos escreve ingurgitou seis gelados. S-E-I-S. Mas onde é que isto vai parar, onde? Ninguém sabe (remate soturno-fatídico).
Enfim, venha alguma compensação: andamos mais mal vestidos (e até híbridos, com vestuário de todas as estações à mistura) e cansadotes, a celulite já dói mas, por outro lado, fazemo-nos acompanhar de um bom Corneto a derreter para tudo quanto é lado. É justo, justíssimo!
Meditabunda
*Imagem: Will Cotton, Ice Cream Cavern
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Só tu, Meditabunda, para te lembrares de écharpes, lenços, chapéus, nestes dias da chegada do Verão.
ResponderEliminarÉ pá, não há nada como umas calças de ganga e uma tshirt branca, quem é que quer saber de minhoquices de vestir e adereços que só atrapalham?
Só nessa coisa dos gelados estamos de acordo apesar de não ser tão enlouquecida e consumista.
Mas, devo dizer, deste-me uma grande ideia para um posto. Aguardem....
Avalanche
Metitabunda, eh quá segeria iumas siaias e cemisa leve, de cures cliaras pró tes dies de celor.. os ices sãe boins mias tiambiém nu se poude abiusiar.. e bube iágua iágua.. Sumprimientos, Madaluqueira.
ResponderEliminarHum...Fiquei curiosa, e já tenho a meditação em chiste...perdão, em riste!
ResponderEliminarMeditabunda
Camarada Madaluqueira (já lhe disse que a sua pronúncia é estranhamente instigante não já?), medito sobre a questão da luta. A luta como, a luta come? Hum, a ver vamos, a ver vamos, tudo pode gizar-se neste espaço, este espaço é de mutação.Quanto aos modelos que inventaria, sim, mas...é preciso um plus entende? E quanto aos gelados...também! Volte zempre!
ResponderEliminarMeditabunda