
Não sei se por acaso concordarão mas hoje abateu-se mais um dia de calor, aliás, de braseiro, absolutamente inverosímil. Convenhamos, estamos apenas em Maio…pouco passámos dos meados de Maio, e este bafo fervente ilude completamente o calendário. Parecemos ter despencado em Agosto, logo depois de uns dias fresquinhos e até pingados de la bonne pluie. Buf. Sim, nem mais, bufar foi o que fiz várias vezes, passe-se a inestética do acto. Mas que quente, e a sudorese, o congestionamento facial, o drama, o horror, a canícula!
Nos meus tempos mais juvenis, como eu simplesmente amava as altíssimas temperaturas! Nos últimos anos, porém, tenho nostalgia das amenidades das meias-estações suaves, do frescor dos dias outonais ou de princípio de Inverno. Mesmo nas indumentárias, tudo é tão mais charmant, composto, bonito na estação fria. Como é bom poder adicionar sempre mais um cachecol, uma écharpe, um chapéu! Num dia como o de hoje, apenas essa menção me remete de imediato para o domínio da fábula.
Garanto-vos, sublimes leitores: as pessoas até são mais sossegadas, mais ordeiras, à medida que as temperaturas se domesticam abaixo dos 18 graus. E os cafés? O Majestic, por exemplo, da nossa querida cidade Invicta, fica incomparavelmente mais recatado e encantador no Inverno, fechadinho e pensativo, filosófico mesmo, do que alargando-se para a rua em esplanada, já por certo em incessante algaraviada.
Claro que a consequência desta violência meteorológica também encontra eminente expressão nas calorias consumidas: só nos últimos dois dias esta que dedicadamente vos escreve ingurgitou seis gelados. S-E-I-S. Mas onde é que isto vai parar, onde? Ninguém sabe (remate soturno-fatídico).
Enfim, venha alguma compensação: andamos mais mal vestidos (e até híbridos, com vestuário de todas as estações à mistura) e cansadotes, a celulite já dói mas, por outro lado, fazemo-nos acompanhar de um bom Corneto a derreter para tudo quanto é lado. É justo, justíssimo!
Meditabunda
*Imagem: Will Cotton, Ice Cream Cavern

Só tu, Meditabunda, para te lembrares de écharpes, lenços, chapéus, nestes dias da chegada do Verão.
ResponderEliminarÉ pá, não há nada como umas calças de ganga e uma tshirt branca, quem é que quer saber de minhoquices de vestir e adereços que só atrapalham?
Só nessa coisa dos gelados estamos de acordo apesar de não ser tão enlouquecida e consumista.
Mas, devo dizer, deste-me uma grande ideia para um posto. Aguardem....
Avalanche
Metitabunda, eh quá segeria iumas siaias e cemisa leve, de cures cliaras pró tes dies de celor.. os ices sãe boins mias tiambiém nu se poude abiusiar.. e bube iágua iágua.. Sumprimientos, Madaluqueira.
ResponderEliminarHum...Fiquei curiosa, e já tenho a meditação em chiste...perdão, em riste!
ResponderEliminarMeditabunda
Camarada Madaluqueira (já lhe disse que a sua pronúncia é estranhamente instigante não já?), medito sobre a questão da luta. A luta como, a luta come? Hum, a ver vamos, a ver vamos, tudo pode gizar-se neste espaço, este espaço é de mutação.Quanto aos modelos que inventaria, sim, mas...é preciso um plus entende? E quanto aos gelados...também! Volte zempre!
ResponderEliminarMeditabunda